Bilbo Bolseiro


A primeira grande aventura de Bilbo Baggins acontece ainda durante a Terceira Era. Filho único, este estranho hobbit – como era considerado pelos seus próprios concidadãos – abandona o Condado por tempo indefinido, depois de uma misteriosa visita de Gandalf. O motivo da sua partida era simples: ajudar Thorin e um grupo de mais 12 anões (Fili, Kili, Nori, Dori, Bifur, Bofur, Bombur, Gloin, Óin, Ori, Balin e Dwalin) por ele liderados a recuperarem seu palácio, e lá encontraram Smaug o Dragão. Para Gandalf a presença de um hobbit nesta campanha era indispensável, não só pela sua discrição, mas também como forma de se preparar aquele povo para os tempos sombrios que haviam de chegar. 


Quanto ao fato de ter escolhido o líder da família Bolseiro, o feiticeiro chegou a admitir que era uma questão de destino. Bilbo não necessitou de grandes argumentos para se deixar convencer a juntar-se ao grupo e a partir em busca de novas aventuras, sobretudo depois de ter vivido sete anos sozinho, após a morte dos seus pais. 


Foi essa jornada que o próprio Bilbo descreveu no Livro Vermelho e que lhe permitiu, por acaso, roubar o Anel do Poder de Gollum. Vingados os anões e recuperados os seus tesouros, o líder da família Baggins regressa a casa com o seu próprio tesouro: o Anel. Mas a sua vida no Condado também lhe reserva algumas surpresas. Alguns anos depois de chegar e perante a morte dos pais de Frodo, Bilbo adota o sobrinho, na realidade eram primos.

Deuses da Terra Média



Consta que deus, chamado Eru Ilúvatar, vivia só nas Mansões Eternas de Eä, até que, de seu pensamento, ele criou os Ainur, que são sua companhia. Os Ainur cantavam sozinhos ou em pequenos grupos, pois de início só compreendiam a parte da mente de Eru da qual tinham sido criados. Mas eles passaram a se tornar mais harmoniosos, passaram a compreender os outros Ainur, e então Eru Ilúvatar reuniu todos eles diante de si e propôs um tema. Os Ainur deveriam ornamentar este tema, fazendo uma Música, a chamada Ainulindalë, a Música dos Ainur. 


Eles assim fizeram mas então um dos Ainur, o mais poderoso deles, chamado Melkor, provocou uma dissonância, almejando fazer uma música própria, mas sua música era repetitiva e cansativa, e alguns dos Ainur próximos a ele começaram a desviar-se do propósito inicial de Eru, e assim a dissonância foi se espalhando, até que Eru se levantou do trono, sorrindo, e ergueu a mão esquerda, sugerindo um novo tema. Novamente Melkor entrou em dissonância com a Música, até que Eru ergueu a mão direita, com uma expressão severa e um terceiro tema surgiu, mas a música fútil de Melkor continuava e então Eru, com uma expressão terrível, ergueu as duas mãos e a Música cessou.


Eru então, para mostrar a Melkor que nenhuma música seria tocada sem ter nele próprio a fonte mais remota, desnudou diante dos Ainur a visão que, ornamentando os Temas de Eru, eles tinham tido ao cantarem. E eles viram, dentro do Vazio, um globo, a Terra, que surgira na Música, e ela era linda, e eles viram os esplendorosos Filhos de Eru. E Eru então fez com que toda a visão se tornasse realidade, dizendo "Eä! Que essas coisas Existam!".


Alguns dos Ainur que se enamoraram de Eä, a Terra, puderam descer para lá, pois a visão ainda não era plenamente concreta: seriam eles que teriam de trabalhar para que assim fosse. Desses espíritos que desceram à Terra, os mais poderosos foram chamados de Valar, e os menos poderosos, de Maiar.
Iniciou-se assim o Governo dos Valar na Terra. Melkor desceu junto, e secretamente cobiçava a Terra; e tudo que os outros Valar faziam, ele desfazia, e os outros se exauriam em reparar os danos. Esse foi o início da Terra e da História dos Valar como seus governantes.


A origem dos Orcs




A origem dos orcs é uma questão em aberto. Na obra de Tolkien, o mal é incapaz de criar seres com vontade independente, já que a Chama Imperecível estava com Eru Ilúvatar. Por isso, é improvável que o ex-Vala Morgoth, o primeiro a criá-los, pudesse fazer isso. Uma carta de Tolkien afirma que orcs-fêmeas existiam de fato. De acordo com a mais antiga teoria de Tolkien, os orcs eram feitos de pedra e lodo e animados por feitiços de Morgoth.


Outra teoria bastante difundida é a de que Morgoth, incapaz de criar seres independentes de sua vontade, torturou e mutilou Elfos, da divisão dos Avari, tornando-os orcs. Isso tornaria os orcs imortais, o que seria inconsistente, mesmo que não impossível, já que Tolkien nada menciona sobre isso. Se eles fossem de fato imortais, seus espíritos jamais saíriam dos Palácios de Mandos, devido a sua grande maldade. 
Algumas evidências apontam para o fato de que se não são imortais, os orcs ao menos vivem muito. Essa última teoria é a mais aceita, já que é a que apresentada em O Silmarillion como sendo a explicação do próprio autor.



Havia muitas variações entre os orcs. Os exemplos mais óbvios são os Uruk-hai, que eram maiores, mais fortes e tinha a pele negra. Orcs menores e mais fracos que os Uruk-hai eram por eles chamados de Snaga, ou Escravo. Havia também variações quanto às funções: Sauron aparentemente criou tipos especializados, como os soldados Uruk-hai ou os orcs menores aptos a perseguições. Os Uruk-hai criados por Saruman eram diferentes dos de Sauron: eram mais altos e tinham proporções mais humanas. Em A História da Terra-média, J.R.R.Tolkien menciona Maiar que encarnam em corpos de orcs, os Boldogs, que serão vistos mais adiante.


Saruman provavelmente criou sua própria classe de orcs modificados, havendo pistas nos escritos de Tolkien de que ele talvez tenha cruzado Uruks com humanos, e por isso eles podiam caminhar sob o sol, mesmo que os odiassem. Entretanto, isso nunca foi diretamente afirmado.


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