Orcs, ou Orks são, nas obras de J.R.R.Tolkien, criaturas usadas como soldados pelos vilões das obras O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, ou mais especificamente Morgoth, Sauron e Saruman. Eles também têm participação em O Hobbit, livro anterior ao Senhor dos Anéis.
Embora sejam estúpidos, são retratados como seres infelizes, que odeiam todos, incluindo a si mesmos e aos seus mestres, que servem por medo. São incapazes de fazer coisas belas como os Elfos, mas conseguem criar instrumentos para ferir e destruir.
São descritos como criaturas humanóides feias, geralmente menor do que os Humanos. Muitos têm braços compridos como macacos, e costas e pernas arqueadas. Seu sangue é negro e azedo, remanescências de corpos ressuscitados.
Tolkien os descreve em uma carta: "[...] são (ou eram) atarracados, largos, com nariz achatado, pele desbotada e olhos oblíquos [...]"
Havia muitas variações entre os orcs. Os exemplos mais óbvios são os Uruk-hai, que eram maiores, mais fortes e tinha a pele negra. Orcs menores e mais fracos que os Uruk-hai eram por eles chamados de Snaga, ou Escravo. Havia também variações quanto às funções: Sauron aparentemente criou tipos especializados, como os soldados Uruk-hai ou os orcs menores aptos a perseguições. Os Uruk-hai criados por Saruman eram diferentes dos de Sauron: eram mais altos e tinham proporções mais humanas. Em A História da Terra-média, J.R.R.Tolkien menciona Maiar que encarnam em corpos de orcs, os Boldogs, que serão vistos mais adiante.
Saruman provavelmente criou sua própria classe de orcs modificados, havendo pistas nos escritos de Tolkien de que ele talvez tenha cruzado Uruks com humanos, e por isso eles podiam caminhar sob o sol, mesmo que os odiassem. Entretanto, isso nunca foi diretamente afirmado.
Tolkien não disserta muito sobre a cultura e costumes dos orcs. Entretanto, é afirmado que eles têm algum talento para curar ferimentos. Também é sabido que sua armadura, embora inferior àquelas dos Elfos e Anões, é bastante eficiente. Além disso, eles usavam flechas e lâminas envenenadas. Cantavam canções horríveis e podiam criar máquinas de tortura.
Em O Hobbit, Tolkien indica que os orcs estão sempre famintos. Comem todo tipo de carne, até a de homens e cavalos, à exceção talvez de sua própria raça, embora sejam freqüentes as alusões a canibalismo.
Os orcs não tinham língua própria, somente uma coletânea de palavras corrompidas oriundas de várias outras línguas. Entretanto, cada tribo desenvolveu dialetos que eram bastante diferentes entre si, de modo que quando necessário, eles usavam o Westron, a Língua Geral, embora com um sotaque cruel. Algumas palavras são oriundas da Língua Negra de Mordor, que passou a ser largamente usada na Terceira Era, quando Sauron retomou o poder.
A origem dos orcs é uma questão em aberto. Na obra de Tolkien, o mal é incapaz de criar seres com vontade independente, já que a Chama Imperecível estava com Eru Ilúvatar. Por isso, é improvável que o ex-Vala Morgoth, o primeiro a criá-los, pudesse fazer isso. Uma carta de Tolkien afirma que orcs-fêmeas existiam de fato. De acordo com a mais antiga teoria de Tolkien, os orcs eram feitos de pedra e lodo e animados por feitiços de Morgoth.
Outra teoria bastante difundida é a de que Morgoth, incapaz de criar seres independentes de sua vontade, torturou e mutilou Elfos, da divisão dos Avari, tornando-os orcs. Isso tornaria os orcs imortais, o que seria inconsistente, mesmo que não impossível, já que Tolkien nada menciona sobre isso. Se eles fossem de fato imortais, seus espíritos jamais saíriam dos Palácios de Mandos, devido a sua grande maldade. Algumas evidências apontam para o fato de que se não são imortais, os orcs ao menos vivem muito. Essa última teoria é a mais aceita, já que é a que apresentada em O Silmarillion como sendo a explicação do próprio autor.
Há pistas em A História da Terra-média de que alguns líderes-orcs, como Boldog na Primeira Era, ou o Grande Orc (Goblin no original) encontrado por Bilbo e pelos Anões, sejam na verdade Maiar na forma de orcs, já que os Maiar, e muitos entre eles a serviço de Morgoth, podiam, como seu mestre, assumir formas visíveis no Reino de Arda. Como afirma Tolkien: "É possível que Boldog não seja um nome pessoal, mas sim um título, ou ainda o nome de um tipo de criatura: os Maiar na forma de orc, menos formidáveis apenas do que os Balrogs."