Húrin Thalion


Húrin, um dos maiores guerreiros humanos de antigas eras, é aprisionado por Morgoth e amaldiçoado por se recusar a trair os elfos. Acorrentado de forma mágica a uma cadeira num alto pico, é forçado cruelmente a assistir a todos os males que se abateram sobre a sua própria família. O seu filho, Túrin, faz jus à memória do pai, mas ao longo das suas inúmeras batalhas, tragédias marcam todas as suas ações e todos os que o amam. A história tem o fim trágico.


Húrin Thalion, ou simplesmente Húrin é um personagem fictício dos contos de J. R. R. Tolkien. Foi um herói e um dos maiores guerreiros entre os Homens da Primeira Era. Foi o filho mais velho de Galdor, o Alto e Hareth, e tinha um irmão mais novo, Huor.


Viveu entre seu povo na floresta de Brethil até o ano de 458 da Primeira Era, quando então se juntou com seu irmão ao grupo de guerra contra os Orcs. Os irmãos, se separaram da sua companhia, passando a vagar pelo Vale de Sirion. Perseguido por orcs, o Vala Ulmo causou a aparição de uma névoa sob os rios, ajudando os irmãos a escaparem para Dimbar. Lá, duas águias os transportaram até Gondolin. Em Gondolin, o Rei Turgon recebeu os irmãos, recordando a profecia de Ulmo que a Casa de Hador (à qual Húrin pertencia) iria ajudar Gondolin quando esta mais precisar. Turgon desejava que os irmãos permanecessem em Gondolin, mas a vontade de Húrin e Huor era de retornar para seu próprio povo. Os irmãos então juraram manter Gondolin em segredo, e águias novamente os transportaram, dessa vez para Dor-lómin.


No ano 462, Morgoth atacou Hithlum, e Galdor, pai de Húrin, pereceu defendendo a Ered Wethrin. Húrin, com pesadas baixas de seu lado, perseguiu os orcs pelas planícies de Anfauglith. Depois disso, Húrin passou a reinar sobre o feudo de Dor-lómin, em Hithlum.


Dois anos depois casou-se com Morwen, da casa de Bëor, e mais tarde naquele mesmo ano tiveram um filho Túrin, que foi seguido por uma filha Urwen, mais conhecida como Lalaith porque "o seu riso era como o som do alegre riacho que descia cantando dos morros...chamado Nen Lalaith"", mas ela morreu com apenas três anos por causa de uma praga enviada de Angband por Morgoth.

Em 472, em Nirnaeth Arnoediad, Húrin lutou ao lado de Huor e dos Filhos de Hador. Ao longo da batalha, ele se encontrou novamente com Turgon, o que resultou num encontro agradável. Apesar de terem perdido a batalha, Húrin e Huor continuaram a lutar com os Orcs, fazendo com que Turgon escapasse. Huor foi assassinado, mas Húrin lutou com seu machado até ser encurralado numa montanha de Orcs e Trolls mortos. Húrin foi aprisionado por Morgoth e amaldiçoado juntamente com seus parentes por se recusar a revelar a localização da cidade de Gondolin.

Húrin foi aprisionado nos picos de Thangorodrim, ou acorrentado ou magicamente imobilizado num assento. Apesar do grande poder de Morgoth, ele podia ver todas as maldições que recaíam sobre seu filho Túrin de onde estava sentado. Ele nunca chegou a ver sua segunda filha, Nienor, que nasceu enquanto estava sob a custódia de Morgoth. Posteriormente, foi revelado que ele poderia ter visto ela de seu assento encantado e assim ficou ainda mais amargurado pelo modo que seus filhos, ambos sob o feitiço de Glaurung, se casaram e mais tarde cometerem suicídio.


No ano 500, depois da morte de seus filhos, Húrin foi libertado por Morgoth. Ele foi levado de volta ao seu antigo lar em Hithlum, porém os Easterlings que lá moravam não o reconheceram e mais dele ficaram com medo, pensando que ele servisse seu senhor Morgoth. A Casa de Hador tinha sido destruída ou escravizada. Sete proscritos se juntaram a Húrin, e juntos eles se dirigiram para o vale de Sirion, onde ele outrora encontrara Gondolin. Húrin abandonou os criminosos e procurou pela entrada, mas Gondolin estava fechada, e Turgon primeiramente não quis permitir a entrada de Húrin. Húrin criticou Turgon, desse modo revelando a localização de Gondolin para os espiões de Morgoth, e foi embora. Apena depois da partida de Húrin Turgon mudou de ideia e mandou águias para buscá-lo, contudo, elas chegaram muito tarde e não o encontraram.

Húrin se dirigiu até a floresta de Brethil, onde seus filhos haviam morrido, e encontrou sua esposa Morwen junto ao túmulo deles, instantes antes de ela também morrer. No seu ódio e desespero ele procurou os Haladin, responsabilizando-os pela mortes de sua esposa e filhos, e causou uma revolta que matou o último Haladin da Casa de Haldad. Húrin se encontrou novamente com os proscritos, e juntos foram para Nargothrond, onde Húrin matou o anão Mîm que tinha exigido o tesouro de Glaurung, ganhando uma maldição no ouro recebido. Húrin e os proscritos levaram o tesouro para Doriath, insultando Thingol por dá-lo como uma gratificação pela sua 'ótima proteção' dos parentes de Húrin. Os criminosos não aceitaram isso, e uma amarga batalha aconteceu em Menegroth, levando todos à morte e a uma maldição ainda mais profunda do ouro. Húrin desse modo amaldiçoou Doriath também, levando-o à sua desgraça.

As doces palavras de Melian conseguiram apaziguar a mente conturbada de Húrin, e ele finalmente percebeu que seus feitos tinham apenas ajudado Morgoth. Como um homem derrotado, ele se jogou no mar e se matou. Este foi o fim de Húrin, que ficou conhecido como "o mais poderoso dos guerreiros entre os homens mortais".

Em versões mais recentes da mitologia de Tolkien (veja: The History of Middle-earth) é chamado de Úrin, Úrinthalion, ou apenas Thálion.

Houve várias pessoas de destaque chamadas Húrin nas eras consequentes, como por exemplo Húrin o Alto, Guardião das Chaves de Gondor em Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei.

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