Os Elfos são descritos como altos e belos, parecidos com os Valar, só que menores em estatura e poder, e são imortais, pelos menos enquanto o Mundo, chamado Arda, existir. Não envelhecem nem adoecem, e se forem mortalmente feridos ou se sofrerem um grande desgosto seu corpo morre, mas seu espírito sobrevive sendo então enviado para as Mansões de Mandos onde permanece até poder reencarnar, em um corpo idêntico e com as mesmas lembranças. Um direito que os elfos têm é o de ir, se assim desejarem, para Valinor, no continente sagrado de Aman, destino esse vedado aos mortais.
Os primeiros elfos teriam surgido em Cuiviénen, no extremo Oeste da Terra Média, longas Eras antes da ascensão do Sol ou da Lua, no tempo em que as Duas Árvores ainda brilhavam. Foram inicialmente vistos por Oromë, mas viram primeiro as estrelas e por isso reverenciam Varda Elentári acima de todos os outros Valar. Convidados pelos Valar a juntarem-se-lhes no Reino Abençoado, os elfos empreenderam um longa viagem desde Cuiviénen até à costa oeste da Terra-média.
O primeiro e principal valor élfico é a afeição às plantas e animais. Eles não só respeitam e zelam a natureza, eles se sentem parte dela. Destruir uma floresta é o mesmo que destruir parte do elfo.
Outro ponto marcante é o orgulho e o respeito próprio. Um elfo nunca se humilhará ou fará algo que deprecie a sua imagem perante aos próprios olhos. É quase impossível encontrar mendigando, se prostuíndo ou ocupando as camadas sociais vistas como inferiores. Eles preferem se banir (radicais podem mesmo se matar) do que viver desta forma.
Há, por fim, um grande apreço à sabedoria, que está diretamente associada à idade. Elfos anciões são vistos com grande respeito e até subserviência. São eles que comandam as tribos e os elfos como um todo.
A meditação e o conhecimento interno são vistos como formas corretas de se atingir a “verdadeira sabedoria” (que pode ser a magia divina ou arcana, ler abaixo). Também são os anciões que ocupam os importantes cargos de Alimentadores, indivíduos que fazem uma magia, divina ou arcana, que permite que o alvo se alimente da energia solar. A maioria dos elfos sobrevive dessa forma.
Religião: A religiosidade é talvez um dos pontos de maior conflito da sociedade élfica. Enquanto parte deles é extremamente religiosa, fazendo com que os rituais de adoração aos deuses (quase sempre Idum) façam parte do seu cotidiano, outros negam a religião e colocam a magia no seu lugar.
Ou seja, uma disputa entre politeístas tolerantes e antiteístas. Por traz desse debate filosófico há uma fervorosa disputa política. Os “religiosos” representam o modo tradicional de vida élfica, são liderados pela tribo Escolhidos por Idum e pelos druidas que adoram essa deusa. Eles são veementemente contra a invasão iciliana nos Territórios Élficos. Os “magos” são o oposto, são liderados pela tribo Senhores de Mana e pela Guilda dos Magos. Estes assumem uma postura colaboracionista em relação a ocupação iciliana.
Essa dicotomia é restrita aos Territórios Élficos, nos Territórios de Frey todos podem ser enquadrados como religiosos.
Sexualidade, gênero e matrimônio: A noção de família na cultura élfica é muito tênue, quase inexistente. A célula social é o acampamento, o conjunto de acampamentos forma a tribo. Originalmente os acampamentos eram formados por poucas dezenas de indivíduos, hoje já há algumas grandes aglomerações sedentarizadas, chamadas de centros, que possuem milhares de elfos. As tarefas e a propriedade do acampamento são coletivizados. Desde a criação das crianças à divisão dos alimentos, tudo é dividido, até as casas. Quando um acampamento está com problemas, os outros da sua tribo o auxiliam.
O casamento élfico é bem distinto das outras culturas. Ele é uma experiência particular entre os envolvidos. O casal vai para algum lugar afastado e, depois de algum tempo meditando lado a lado, fazem os votos matrimonias. A vida particular do casal não diz respeito à coletividade. A tal ponto que para um estranho é muito difícil identificar casais nessa sociedade. Beijos, trocas de carícias ou mesmo um andar de mãos dadas não ocorrem em locais públicos. O homossexualismo de ambos os sexos e a poligamia não são muito freqüentes, porém não são encarados com qualquer preconceito.
Não existe divisão sexual do trabalho. Elfos e elfas são vistos como iguais, inclusive nos postos militares.
Relação racial: A cultura élfica não é xenófoba, seres de outras raças podem se integrar às tribos desde que assumam seus valores e costumes. Há casos relatados de humanos, halflings, gnomos e até orcs que passaram a viver como elfos. Todavia, isso é extremamente raro.
Arte: A cultura élfica praticamente não produz objetos de arte. Apenas alguns feitos de madeira, pedra e tecidos, sendo os últimos os mais importantes. As cores e detalhes na vestimenta são uma das formas de se identificar a qual tribo determinado elfo pertence. Cabe lembrar que, graças à influência dos druidas de Idum, os elfos não desenham, esculpem ou reproduzem de qualquer forma qualquer tipo de ser vivo. A única forma admitida é por magia divina, até os magos élficos respeitam essa tradição.
As grandes construções élficas, por outro lado, se sobressaem. Com a ajuda de magia (divina ou arcana) elfos constroem cidades, fortes, pontes, ou seja, quase tudo com plantas vivas. São verdadeiros jardins suspensos lindíssimos.
Nomes: Os elfos possuem um nome próprio que é escolhido pela mãe quando nascem. O que se poderia chamar de sobrenome é a declaração do nome da tribo. Exemplo: Galadil, dos Ouvidores de Pássaros.
Relação com outras culturas: Os elfos consideram as outras culturas completamente equivocadas pela relação que elas possuem com a natureza. Parece-lhes inconcebível viver como eles vivem. Há uma ojeriza generalizada e em graus distintos em relação a cultura icilica. Mesmo os colaboracionistas não os admiram.